terça-feira, 20 de setembro de 2016

FAQ sobre Needle play

FAQ sobre Needleplay respondida por Don Marco Alighieri

1- Quais os cuidados antes de começar a praticar?

Os mesmos usados para aplicação de injeções ou colocação de piercings.
-Limpeza da pele e das mãos.
-Aplicação de antisséptico em ambos.
-Enluvamento cirúrgico.
-Uso de máscara (esta é contra os perdigotos da parte de quem vai aplicar).
-Campo estéril ande ficam as agulhas.
-Uso de materiais estéreis (agulhas novas).
-Nenhum contato entre qualquer superfície não-estéril e o local de colocação das agulhas.

2- Quais os cuidados durante e após a pratica?

Durante a prática?
- Não tocar em nada que não esteja esterilizado.
(Isso inclui coçar o seu corpo, pegar em flogger, etc...)
- Passar as agulhas somente em finas dobras de pele, preferencialmente usando uma pinça em gancho, sem pinçar junto tecido adiposo ou veias.
- As agulhas são transpassadas com a parte afiada voltada para baixo (dessa forma não arranham a pele por dentro ao serem retiradas).
- Ao retirar, a pele é dobrada enquanto retira-se.
Depois da prática?
- Estancar os sangramentos com gaze, aplicando antisséptico.

3- Existe alguma área do corpo que na perfuração o perigo possa ser maior? Se sim qual?

As perfurações devem ser feitas SOMENTE na pele. Nunca “espetando-se a pessoa como se fosse um alfineteiro” ou coisa parecida.
Agulhas não devem ser colocadas em nada que não seja somente pele.

4- Existe um tamanho de agulhas adequado para a pratica?

Não. O que existe é o bom senso de se aplicar somente agulhas dentro do gosto do bottom.
A imensa maioria das pessoas sente-se confortável com agulhas para injeção de calibre entre 22G e 26G, longas (não usar agulhas de insulina, daquelas curtas, simplesmente porque não irão transpassar a borda da pele).
Outras vão preferir a sensação mais marcante das agulhas entre 18G e 21G. E as entre 16G e 18G são bastante doloridas para a grande maioria.
Quanto menor o G, mais larga é a agulha – e quanto mais larga é a agulha, maior é a possibilidade de haver sangramento após a retirada.
Agulhas de acupuntura também podem ser usadas.
- Estas são bem finas mesmo, e confortáveis.
Assim como as para colocação de piercing.
- Mais grossas do que as de injeção.
Obviamente, só utilizam-se agulhas estéreis. E NÂO deve-se tentar esterilizar agulhas em casa. (Compre-as estéreis de fábrica.)
- Após o uso, descarte as agulhas.

5- Qual o perigo de realizar a pratica ao ar livre?

- Perdigotos da multidão caírem sobre a pele.
- Insetos pousarem na pele. (Inclusive moscas, o que significa a possibilidade de colocação de larvas no ferimento)
- O vento jogar poeira contaminada sobre a pele. (O que é MUITO PERIGOSO se for uma área com chão de terra ou próxima da rua, pois os germes que vem da terra causam tétano, botulismo, etc... enquanto que o chão da rua pode ter qualquer contaminação que imaginar, inclusive aquelas ligadas à fezes e urina de animais.)

6- Para quem gosta de “enfeitar” as agulhas com penas, ou fitas existe alguma técnica adequada?

Qualquer coisa que for colocada nas agulhas (no metal delas), deve ser submersa antes em álcool 70 por duas horas e agitada. Então seca sobre gaze estéril.
Algo que seja encaixado no canhão das agulhas não precisa deste cuidado, mas só pode ser manipulado depois da aplicação das agulhas em si. (As tais penas ou penduricalhos que uns e outros as vezes colocam).

7- Existe diferença de tamanho da agulha dependendo da parte do corpo onde será executada a pratica?

A questão não é a parte do corpo, mas sim as espessura da pele.
Pele grossa demais é difícil de ser sobrada, e esta vai pressionar a agulha depois da aplicação – podendo quebrá-la.
“Não se colocam agulhas finas demais em pele grossa.”
E no geral, pele grossa demais deve ser evitada...

8- Para quem ira receber a pratica pela primeira vez, quais dicas você daria?

Procure alguém que tome os devidos cuidados.
E que respeite a sua tolerância e gosto para calibre das agulhas.
Se for iniciante, comece com as mais finas, e vá experimentando as mais grossas até o ponto em que for desagradável. - E passe as usar dentro do seu limite.
“Top que cisma que esse tipo de limite deve ser expandido” - mande pastar o quanto antes. Não perca o seu tempo com gente assim.

9- Excesso de sangramento é um sinal que algo deu errado?

Sim... Porque esse NÃO é o objetivo do needleplay em si.
É sinal de que:
- Não foi estancado o sangue por tempo suficiente.
- Essa pele tem capilaridade demais.
- Esse bottom tem um fator de coagulação comprometido (cuidado com isso aqui).
- A aplicação foi mal feita, e arranhou a pele por dentro ou acertou um vaso de grande calibre.


10- Quais os maiores erros que as pessoas cometem?

- Ler meia dúzia de textos da internet, achar que sabem fazer a coisa, repetirem a coisa do jeito errado várias vezes e cismarem que são “mestres” só porque tiveram sorte e ninguém foi parar no hospital.
- Cismarem que a ideia é “o bottom aguentar a dor porque é submisso”.
Isso é uma grande BURRICE, veio de textos sem pé nem cabeça (piração dos fâs da coisa), e que conflitam com a letrinha “K” (Kink) das tríades, com a ideia de se fazer algo “são” e até mesmo com os grandes manuais para praticantes (SM-101, Screw the Roses, etc...).
Aturar a dor NÂO é o objetivo do BDSM. - Tanto que fala-se muito em limites e também em PRAZER*. Se algo não é de fato agradável ou tranquilo (neutro) para ti, NÃO FAÇA.
- Cismarem que fazer coisas extremas, típicas de números de “freak show”, torna sua prática “tecnicamente melhor”.
Entenda que “Freak Show” NÃO É BDSM.
Lá temos alguém querendo assustar um público ao arriscar à si mesmo – e geralmente aturando a prática e suas consequências.
Esse NÃO é o objetivo aqui*.
Não faça idiotices como “colocar agulhas que vieram do chão na pele”, “usar alfinetes de fralda ou de quadro de cortiça”, “urinar sobre as agulhas”, “jogar bebida alcoólica sobre as agulhas”, “deitar no chão com agulhas enfiadas na pele”, “rolar sobre agulhas caídas em um cobertor”, “bater com flogger no trabalho de needleplay”, “arrancar agulhas com golpes de flogger”, etc, etc, etc...
Fãs de Freak Show irão aplaudir você, mas verdadeiros mestres perceberão o quanto é incompetente e sem cuidado com seu bottom.

- Praticarem BDSM com a mentalidade de “trollar o bottom”, como se fosse um número de “Jackass”.
BDSM NÃO É JACKASS!
Se seu bottom quer experimenta algo, então faça direito e veja se realmente é um Kink dele, e em caso positivo, qual é o limite dele nesse Kink. A ideia aqui é PRAZER DE AMBOS*.
- Praticarem BDSM como se a ideia aqui fosse “superar a dor e atingir algum tipo de purificação espiritual” ou ainda “punir-se por algo que fez de errado”, que é a mentalidade típica do “Kavadi” ou de outras formas de flagelação religiosa.
BDSM NÃO É KAVADI! BDSM NÃO É FLAGELAÇÃO RELIGIOSA!
Se está buscando uma finalidade diferente de prazer, então TEM ALGO ERRADO AÍ*.

No BDSM praticamos o chamado “SadoMasoquismo erótico” conforme dito inclusive no livro “SadoMasoquismo sem Medo” da Wilma de Azevedo, o que é uma situação aonde há prazer para ambos e há bom senso na prática.
Seguindo a mesma linha, quando temos “Um Top tendo prazer enquanto que o Bottom está sendo incomodado com a prática” e/ou “um Top que negligencia a segurança do Bottom ou o engana para fazê-lo praticar algo fora dos padrões” - temos o chamado “SadoMasoquismo MALICIOSO”.
E quando temos um Top e/ou um Bottom fazendo algo totalmente fora do bom senso, que cause danos ou grandes riscos à um deles, e motivados por uma MANIA ou problema similar – temos o chamado “Sadomasoquismo PSICOPÁTICO”.
E essas duas coisas não correspondem aos objetivos do BDSM, mesmo que possam ser confundidas com ele. Estejam sempre atentos à isso.


11 – Algumas coisas interessantíssimas para se fazer em conjunto com o NeedlePlay.

A – Nada impede você de praticar um sensation play durante o needleplay, desde que NÃO encoste na área que tem as agulhas com material não-estéril.
Ponha um pequeno bastão de aço no gelo, banhe-o no álcool 70, seque-o e passe-o na pele ao redor da área aonde colocou as agulhas.
Ponha clamps (ou pregadores) em outras áreas.
Passe uma escova de cerdas duras na pele do bottom, em pontos erógenos que fiquem longe do needleplay..
Enfim – seja criativo nas sensações – mas sem esquecer de manter os protocolos de higiene.

B – Durante o Needleplay, depois de colocar as a agulhas (e com a mão ainda estéril e enluvada), você pode tocar ligeiramente as agulhas ou trepidar a pele aonde elas estão com a ponta dos seus dedos para causar uma sensação mais intensa. - Apenas tome MUITO cuidado com limites, preferências e com a segurança. (Não encoste seu dedo perto das pontas das agulhas e lembre-se de que elas podem quebrar se sofrerem grandes pressões).

C – A sensação de um orgasmo enquanto se tem agulhas na pele é tida como “intensa, única e especial” para alguns. Obviamente é muito difícil – senão praticamente impossível – fazer sexo de forma convencional durante um needleplay sem comprometer sériamente a prática.
Mas nada impede um sexo oral, uma masturbação e/ou uso de vibradores dependendo daonde estão as agulhas e da posição em que o Bottom se encontra. - Apenas não esqueça-se de que algumas pessoas tem expasmos intensos nessa hora (por exemplo, alguém que mexa os braços ou sacuda-se durante o orgasmo NÃO deve receber esse tipo de estímulo durante o needleplay – NÃO faça esse tipo de coisa com quem não conhece direito) e da higiene e dos cuidados em geral (se mexeu em qualquer coisa que não estava esterilizada – mesmo que isso seja a pele do bottom em uma área que não a da aplicação das agulhas - precisa descontaminar ela novamente para retirar o needleplay.)

D – Também nada impede de se praticar um spanking nas nádegas enquanto há needleplay aplicado em outra região (braços, costas,etc...) Como sempre tudo é uma questão de não tocar no needleplay com as mãos ou objetos contaminados. (Isso aqui é um “mantra” importantíssimo.)

terça-feira, 13 de setembro de 2016

24/7


Muitos dizem que é impossível viver uma relação 24/7 pelo fato de termos uma vida baunilha com família, trabalho, estudo, etc.
Uma relação 24/7 consiste no domínio em tempo integral do Dominador sobre sua submissa (PPE) ou do Dono sobre sua escrava (TPE). Não existe a necessidade de ambos estarem juntos 24 horas por dia, até por que sabemos que isso não é possível, porém principalmente no segundo caso existe uma necessidade extrema de contato frequente, pois controle total não é algo que possa ser desenvolvido a distância.
Muitos usam a desculpa de que não é preciso estar grudado no parceiro para viver uma relação 24/7 e alegam que é possível viver tal relação com parceiros de estados diferentes ou até mesmo países, eu não acredito nisso não semente pelo fato de que deve se ter disponibilidade para viajar, mas também pela dificuldade de manter a relação sólida e saudável, onde a submissa não se sinta abandonada e passe a ter que usar muito do recurso de tarefas que na maioria das vezes é a realização de práticas em si mesma. Cada relação 24/7 se torna unica, porém é necessário ser inteligente e saber diferenciar um dominador de um control freak, poi ao contrario do dominador o abusador destrói sua vitima.

terça-feira, 6 de setembro de 2016

Comportamento define posicao no BDSM?

Quando o assunto é a posição de alguém no BDSM, algumas pessoas costumam levar muito em consideração o comportamento da pessoa fora do contexto sexual e esse é um dos maiores erros que muitos cometem. 
Primeiro precisamos entender que BDSM é uma prática ligada ao prazer sexual, se o cara é empregado não significa que no BDSM ele será submisso, se a pessoa é alguém independente não significa que no BDSM ela será dominadora, se a pessoa suporta humilhações vindas de terceiros por algum motivo não significa que no BDSM ela é masoquista, até porque temos uma vida normal e muitas vezes precisamos engolir sapos e seguir em frente, se a pessoa tem "pavio curto"  e se estoura fácil, no BDSM ela pode muito bem se deixar dominar e sentir extremo prazer com isso.
Por que estou dizendo isso?
Porque é difícil para algumas pessoas entenderem isso, passam anos procurando parceiros, porém de forma errada. Dispensam pessoas por acharem que as mesmas não servem para o papel, mas no fundo se esquecem de formas de filtrar  importantes como os gostos da pessoa no BDSM, o que ela busca no BDSM e coisas realmente relacionadas ao BDSM.
Realmente algumas atitudes podem ser observadas até porque é preciso conhecer a pessoa para confiar nela, porém uma pessoa pode ter problemas em se mostrar confiante e passar confiança onde isso pode dificultar suas procuras e até mesmo trazer julgamentos a ela de que ela não se trata de um top, bottom ou switcher. Pessoas assim aprendem com o tempo até porque ninguem nasce sabendo, todos nós já fomos baunilhas um dia.  Alguém que não se mostra honesto, integro, confiável raramente irá conseguir parceiros apesar de que na sessão pode saber o que esta fazendo. Alguns possuem uma imensa dificuldade em realmente passar suas experiências a outros, já outros mentem descaradamente e na pratica é possivel observar que se trata de mais um que se acha praticante.

Observe todos os fatores na busca por um parceiro, porém não queira anular o lado prazeroso, pois você estará no BDSM pelo motivo errado.